ESCOLA DE CONTAS

CONSELHEIRO ALCIDES DUTRA DE LIMA

Maio Vermelho: Tribunal de Contas do Acre traz palestra para conscientizar servidores sobre hepatites virais

Doenças geralmente silenciosas, mas que podem causar graves consequências, incluindo a morte, as hepatites virais atingem uma grande parcela da população acreana. Segundo dados divulgados pelo Departamento de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) apenas entre 2015 e 2024, foram confirmados 4.836 casos da doença no estado. Já entre 2014 e 2023 foram mais de 350 mortes.

Em um esforço para conscientização e prevenção de casos de hepatite, a Escola do Tribunal de Contas do Acre (TCE-AC) promoveu, nesta quarta-feira, 21, uma palestra sobre o tema para servidores da Corte de Contas.

A apresentação foi feita pelo médico Thor Dantas, doutor em medicina tropical, infectologista e hepatologista com anos de atuação no tratamento de hepatites no Acre. Ele explicou que a escolha da carreira não foi a toa, mas influenciada por uma questão pessoal. Ainda criança, ele perdeu o pai por causa de uma hepatite.

“O Acre é um dos estados do Brasil que mais tem hepatites, aliás,  um dos lugares do mundo que mais tem casos de hepatite e é uma doença que evolui de forma muito silenciosa ao longo da vida. Por isso, a gente não pode esperar ter sintomas para pensar em hepatite”, alerta.

Segundo Dantas, se antecipar ao desenvolvimento da doença é fundamental. “A testagem é necessária porque são doenças que têm tratamento e têm controle se identificadas cedo na vida e se você evolui ao longo do tempo sem tratamento, pode chegar em graves complicações como cirrose e câncer de fígado.

Maio vermelho

A ação do TCE-AC em parceria com o médico faz parte do ‘Maio vermelho’ um mês de conscientização e prevenção contra as hepatites virais.

Nesta quinta-feira, 22, os servidores e membros da Corte de Contas poderão fazer ainda testes rápidos para detecção de hepatites dos tipos B e C.

O que são hepatites?

Hepatites são doenças que causam inflamação do fígado e podem ser causadas por múltiplos fatores. As principais são vírus e álcool, mas drogas, medicamentos, doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas e até mesmo o consumo excessivo de chás feitos com noz-da-índia, chá verde, hibisco, pholia negra e outras ervas podem provocar a infecção.

As hepatites podem levar anos para se manifestar, mas quando os sintomas aparecem, os principais são: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

Elas são classificadas em A, B, C, D e E:

Hepatite A

Transmitida por via fecal-oral é uma doença geralmente leve, mas que pode evoluir para um quadro mais grave em determinadas situações. A maioria dos pacientes, porém, se recupera sem necessidade de tratamento específico;

Hepatite B

Causada por um vírus, a hepatite B costuma ser transmitida por relações sexuais desprotegidas através do contato com sangue, sêmen e outros fluidos corporais. O compartilhamento de agulhas também é um fator de risco. Ela pode ser aguda ou crônica e a maneira mais eficaz de evitá-la é através da vacinação;

Hepatite C

Já é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a responsável pela maior epidemia da humanidade, superando a AIDS/HIV em mais de cinco vezes. Também causada por um vírus, é a forma mais comum da doença e pode ser transmitida por relações sexuais, contato com sangue contaminado e de mãe para o bebê no parto ou durante a amamentação. A doença possui cura e o tratamento consiste no uso de antivirais de ação direta que, segundo o Ministério da Saúde, possuem eficácia em 95% dos casos;

Hepatite D

Também chamada de Delta, a hepatite D é mais uma causada por vírus, porém, para que haja infecção o paciente precisa já estar infectado com o vírus da hepatite B, as formas de contágio também são as mesmas. A junção dos dois vírus causa, de acordo com o Ministério da Saúde, a forma mais grave de hepatite viral. Como consequência, o paciente pode desenvolver cirrose até dois anos depois da infecção com chances altas de evolução para um quadro de câncer e morte.

A Região Norte do Brasil é a que tem maior incidência dos casos, concentrando mais de 72% em 2024, de acordo com informações do Ministério da Saúde. Entre os todos os estados, chama atenção a posição do Acre, que com 23% dos casos registrados no país durante o período, ocupa a 2ª posição entre os locais com maior registro da doença no país.

Hepatite E

Rara no Brasil e mais comum em países da Ásia é transmitida por via fecal-oral, consumo de água contaminada, carne mal cozida ou produtos derivados de animais infectados e pela mãe para o bebê. Causa hepatite aguda de curta duração e autolimitada podendo desaparecer de duas a seis semanas. Assim como a hepatite A não possui tratamento específico.

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